O TESTE CORONASPRESSO

Quantidade e precisão. Quando se trata de monitorar a incidência de infecções pelo coronavírus


Edição 26 - 20.08.21

Quantidade e precisão. Quando se trata de monitorar a incidência de infecções pelo coronavírus em uma determinada área, é preciso fazer muitos testes no menor tempo possível, além de contar que eles tragam os resultados corretos. Os mais populares métodos usados durante a pandemia de Covid-19 falharam em pelo menos um desses quesitos. O teste por antígeno, barato e rápido, não é suficientemente confiável. Já o PCR, que identifica o DNA do vírus, é mais preciso, mas deve ser feito em laboratórios especializados e, por isso, é mais caro e demorado.

Unir o melhor dos dois modelos é um desafio que cientistas vêm buscando incansavelmente, entre eles Vittorio Saggiomo, químico do grupo de bionanotecnologia da Universidade de Wageningen, na Holanda. Ele identificou que um método conhecido como amplificação isotérmica mediada por loop (Lamp, na sigla em inglês), que tem princípios muito semelhantes aos do PCR, mas que permite a identificação mais simples do vírus através de reação química, como os testes rápidos. O problema é que o Lamp necessita de um controle preciso da temperatura, que exigiria um termostato eletrônico difícil de produzir e enviar em escala suficiente para que fosse feito na casa de milhões de pessoas. Então Saggiomo tentou buscar uma maneira de contornar isso.

SEU LEGADO É O LEGADO DA BASF
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Ele encontrou substâncias chamadas materiais de mudança de fase que absorvem energia (calor) à medida que derretem e, assim, mantêm uma temperatura constante. Depois de encontrar uma cera feita desse material, que derreteu exatamente na temperatura exigida, Saggiomo começou a construir um dispositivo para abrigar os tubos de reação dos testes Lamp e os pedaços de cera. Em seguida, ele precisava ser inserido em algum outro material que pudesse ser aquecido. Ao fazer um café em casa, deparou com o invólucro perfeito: cápsulas para a máquina de café Nespresso.

A etapa final foi apenas encontrar a maneira certa de aquecer as cápsulas. Ele experimentou a máquina de lavar louça, o forno de microondas e xícaras cheias de água quente, mas a melhor solução foi uma panela simples de água fervente em um fogão. O dispositivo “CoroNaspresso” resultante, quando testado por outros membros da equipe, com cotonetes de seis pessoas, identificou corretamente três casos de Covid-19 (estes tinham uma cor diferente da dos testes negativos). Novos testes ainda estão sendo feitos, mas as expectativas são as melhores. Vale um café para comemorar. Covid-19

O TESTE CORONASPRESSO- Covid-19

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