Koppert inaugura unidade para atender a países andinos

Conteúdo PLANT + Koppert Expectativa é de que Chile, Equador, Peru e Colômbia também passem a re


Edição 41 - 21.04.24

Conteúdo PLANT + Koppert

Expectativa é de que Chile, Equador, Peru e Colômbia também passem a receber insumos biológicos produzidos no Brasil 

Diversificação de mercados, ampliação de capacidade e melhoria da eficiência são os fatores por trás do mais recente movimento estratégico da Koppert, multinacional holandesa de controle biológico que acaba de abrir uma unidade de negócios para servir aos países andinos. Chile, Equador, Peru e Colômbia, agora sob o chapéu da Koppert Andina, inicialmente receberão os bioinsumos fabricados pela matriz, na Holanda. A projeção, no entanto, é que as fábricas brasileiras também contribuam futuramente para suprir a demanda desses países. A nova unidade responderá à Koppert Brasil, que já administra os negócios na Argentina, Uruguai e Paraguai. “A estratégia é centralizar a gestão para acelerar a adoção do controle biológico e ampliar a presença da empresa nesses países”, diz André Martins, gerente-geral da Koppert Andina. 

Os bioinsumos têm o propósito de promover o controle biológico em diversos tipos de culturas. Além disso, englobam substâncias ativas destinadas à nutrição, estimuladores de crescimento vegetal, agentes que reduzem estresses bióticos e abióticos, e alternativas aos antibióticos. Eles podem ser derivados de diversas fontes, como enzimas, extratos (de plantas ou microrganismos), microrganismos, macroorganismos (invertebrados), metabólitos secundários e feromônios.  

A sede da nova unidade de negócios da Koppert foi instalada em Santiago, Chile, e já iniciou a captação de clientes. Atualmente, cerca de 30 pessoas trabalham nos países andinos. A expectativa é de forte expansão desse quadro a partir de 2026. Martins explica que, desde o ano passado, a empresa vinha conduzindo testes de campo com bioinsumos brasileiros à base de fungos e bactérias. A comercialização desses produtos será feita após a aprovação das formulações pelos reguladores de cada um dos países andinos, processo que costuma ser ágil. 

A subsidiária no Brasil também pretende ampliar a capacidade para atender à demanda regional. A Koppert tem planos ambiciosos de investir R$ 700 milhões nos próximos cinco anos em seus complexos fabris em Piracicaba (SP) e Charqueada (SP). Até o momento, a empresa aplicou R$ 175 milhões desse montante. Com o início da comercialização na América do Sul dos bioinsumos produzidos no Brasil, a Koppert espera aumentar em 10% a receita local. Segundo a empresa, o País tem vantagens competitivas em comparação com a Europa e os Estados devido à capacidade de oferecer preços mais atrativos em virtude da proximidade geográfica. 

A expectativa é de que os bioinsumos feitos por aqui tenham sucesso em culturas regionais específicas dos países andinos, como frutas, plantas ornamentais e hortaliças em cultivo protegido, bem como nas culturas em comum com o Brasil, como soja, milho, cana-de-açúcar e café. Segundo o gerente geral da Koppert Andina, os bioinsumos vindos da Holanda continuarão no portfólio desses países, totalizando cerca de 30 produtos. “Também vamos comercializar três biológicos brasileiros: Trichodermil (Trichoderma harzianum), Boveril Evo (Beauveria bassiana) e Octane (Isaria fumosorosea)”, afirma. 

Martins lembra que o Brasil é líder global em controle biológico, o que difere da realidade dos países andinos, em que a implementação desse tipo de insumo ocorre em menos de 10% da área plantada. A previsão é que a Koppert Andina cresça entre 30% e 35% ao ano até 2028. Enquanto a capacidade de produção é aumentada no Brasil, a equipe da Koppert Andina busca negócios com produtores locais de cultivos consolidados, como rosas na Colômbia e no Equador, hortaliças em estufas no Peru e vinhos no Chile. A divisão de negócios da Koppert na América do Sul, que tem faturamento aproximado de U$ 200 milhões, também planeja investir em 2024 na Argentina, onde mantém uma unidade de produção de bactérias e inoculantes.