Edição 18 - 02.03.20
Por André Sollitto
O poder exercido pelos consumidores é uma das tendências apontadas pela nossa reportagem – e ele tem feito com que diversos setores do agronegócio adotem novas práticas. É o caso da pecuária, que passou a olhar com mais atenção para o bem-estar dos animais por conta dessa crescente demanda do público, que cada vez
mais busca informações sobre cada etapa da produção dos alimentos que consome. Na última década, inúmeras mudanças foram registradas – e a tecnologia e as startups tiveram (e devem continuar tendo) papel determinante para que toda a indústria de proteína animal passe a oferecer melhores condições de manejo aos seus rebanhos.
É o que afirma a americana Temple Grandin, pesquisadora da Universidade de Colorado e uma das principais especialistas em bem-estar animal do mundo, em um artigo escrito para a revista Forbes. Grandin cita o monitoramento por meio de câmeras instaladas em abatedouros, responsáveis por evitar o sofrimento desnecessário. Da mesma maneira, outras tecnologias capazes de identificar se um animal está andando de forma estranha, indicando dor, ou se ele foi ferido em uma briga, aumentam a transparência sobre as condições em que eles são criados.
A legislação também tem mudado. Nos Estados Unidos, por exemplo, formas extremas de confinamento foram abolidas. Além disso, grandes empresas passaram a fazer propaganda de suas boas práticas. É o caso do McDonald’s, que implementou auditorias em abatedouros. Recentemente, anunciou que só usará ovos de galinhas criadas livres de gaiolas até 2025.
Confira as outras tendências identificadas pela nossa reportagem:
Produção em escala, cuidados individuais
Até onde vão as proteínas alternativas
Um setor com menos intermediários
Cannabis e o medo de uma viagem errada
Cultivo high tech: a segunda geração das fazendas urbanas
O consumidor como protagonista
Pulses: vida nova para os antigos grãos
Pecuária 4.0 vai digitalizar os rebanhos
TAGS: McDonald's, Temple Grandin