03.02.20
O sistema produtivo canavieiro tende a seguir um padrão das operações mecanizadas, salvo algumas peculiaridades regionais, de acordo com a necessidade. O preparo de solo adequado deve garantir que as operações de calagem, subsolagem, gradagem e adubação sejam realizadas corretamente, seguido da operação de plantio (sulcação, adubação, cobertura, distribuição das mudas – manual ou mecânica). Os tratos culturais (cultivo tríplice e pulverização), de acordo com o histórico do comportamento da cultura, são importantes para garantir o desenvolvimento das plantas, para que no momento da colheita a produtividade máxima seja alcançada.
Desde a década de 1970 a mecanização da lavoura vem passando por um processo contínuo de evolução, adequando implementos corretos aos tratores (inclusive de alta potência), programando e controlando as manutenções, cada vez mais preventivas do que corretivas, incorporando mais tecnologias de agricultura de precisão, tráfego controlado, inteligência artificial, drones, etc., ajudando no controle e redução dos custos de produção e tornando o Brasil o país com menor custo de produção do mundo. Nada disso ocorreu sem o mais importante dos elos desta cadeia: os profissionais – técnicos das usinas, que são a verdadeira mecânica por tudo isso tudo acontecer.
O conhecimento agrícola, a capacitação e a atuação desses técnicos, juntamente com institutos de pesquisas, universidades e fabricantes de máquinas e implementos, são os responsáveis por este sucesso. Entretanto, após aproximados 50 anos, hoje nos deparamos com um nível de desenvolvimento tecnológico incrível, mas que a meu ver tende a se estabilizar, ou dar sinal de uma redução na velocidade da inovação. O setor sucroalcooleiro já dispõe de muitas novas soluções que promovem o aumento da sua receita, porém o que vem pela frente ainda? Novas técnicas, outros tipos de equipamentos, espaçamentos, produtos etc.? Não sei, mas serão tão impactantes de disruptivos quanto os atuais foram comparados a 50 anos atrás?
O espaçamento de plantio de cana, tema diário de discussões, por exemplo – que sempre foi concebido de forma a atender as máquinas e equipamentos dos fabricantes e não necessariamente olhando a fisiologia da planta -, pode e varia de região para região, de variedade para variedade. Não é apenas aumentando a população de plantas por hectare que se ganha em produtividade, mas por vezes alterando esta matemática a produtividade pode ser ainda maior. Com isso, um grande passo que se deve dar é de entender qual é a possibilidade de adequar as máquinas e novos espaçamentos. Em breve viveremos uma nova era no setor, incluindo variedades geneticamente melhoradas. A evolução tecnológica é um caminho sem volta, fazendo com que o produtor se adeque.
O Brasil cada vez mais é protagonista nos processos de inovação das grandes fabricantes de máquinas agrícolas do mundo! Por diversos anos, as maiores e mais tradicionais marcas (leia-se JOHN DEERE, AGCO e CNH) consideram o país com um de seus mais importantes mercados de atuação e investem grandes quantias em Pesquisas & Desenvolvimento, para trazer soluções que atendam às necessidades locais.
É o profissional que promove a correta gestão da atividade agrícola, atribuição da mão-de-obra, materiais, recursos, com o objetivo de promover resultados satisfatórios, busca alcançar rendimentos eficazes, determinados previamente, lida e previne possíveis desvios, motiva e treina equipes para atuações necessárias e padroniza atividades. O segredo do sucesso da mecânica na verdade reside no fator humano da operação.
O Agro não para!
]Clique aqui para conferir todas as #ColunasPlant.
TAGS: Mecanização, Setor sucroenergético