E a cana-de-açúcar?

O setor sucroenergético brasileiro continua contribuindo com o contexto sócio-político-econômico


16.01.20

Marco Lorenzzo Cunali Ripoli, Ph.D. é Engenheiro Agrônomo e Mestre em Máquinas Agrícolas pela ESALQ-USP e Doutor em Energia na Agricultura pela UNESP, executivo, disruptor, multiempreendedor, inovador e mentor. Proprietário da BIOENERGY Consultoria, investidor em empresas e fundador do Programa transformacional “O Agro Não Para”.  Acesse www.marcoripoli.com

O setor sucroenergético brasileiro continua contribuindo com o contexto sócio-político-econômico-ambiental e vem ajudando o PIB agropecuário do Brasil a crescer.  Em 2019, o governo brasileiro estimou um acréscimo no PIB de 0,92% em relação a 2018, onde parte deste aumento vem de investimentos que a indústria sucroenergética vem realizando em suas operações.

É notório que o setor já vem mudando sua atitude e se planejando melhor para o próximo ciclo produtivo, mas minha preocupação não é apenas quanto vamos produzir no ano que vem, mas como será a saúde financeira e qual a contribuição para abastecer a população mundial com alimentos, combustível, vestimenta e demais subprodutos.

Como serão as novas tecnologias em campo, disruptivas? Teremos atingido reduções significativas dos custos de produção?  O setor sucroenergético estará sólido e mais estruturado? Enfim, são muitas as perguntas que tenho.

Nos meses de maio a outubro, onde se concentra a maior intensidade da safra, os índices de chuvas vieram aquém das médias esperadas, o que por um lado foi fundamental para a maturação da cana, elevando o ATR e também a produtividade, que na região de Ribeirão Preto teve média de 87,1 toneladas por hectare, em Rio Preto, 84,0, e em Piracicaba, 83,4.

A intensificação da colheita mecanizada, mesmo que a passos curtos, vem acontecendo, pois ajuda na redução dos custos de produção garantindo que o canavial será colhido com qualidade e no momento adequado, se realizada da forma correta. Ano após ano o parque de máquinas e quantidade de novas tecnologias aumentam.

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No entanto, para reduzirmos mais ainda os custos é preciso dar outros passos importantes… Por exemplo, como aumentar ainda mais a produtividade dos canaviais e das máquinas? As variedades, os diversos espaçamentos de plantio, o número de fileiras para colher de uma vez só, o consumo de combustível, a área compactada de contato com o solo são algumas das variáveis relevantes, onde fabricantes e pesquisadores devem investir em pesquisas para trazerem novas soluções.

Segundo a DATAGRO a moagem da safra 2019/20 foi de 645 milhões de toneladas, com um rendimento de 135 kg ATR por tonelada, 28 milhões de toneladas de açúcar e 33 bilhões de litros de etanol (2/3 hidratado e 1/3 anidro).

Pontos para 2020…  Aumento da produção de etanol de milho que já ultrapassou a marca de 2,1 bilhões de litros e vários projetos de novas unidades produtoras. O etanol deve conquistar mais espaço nos mercados indiano e chinês. Maior reconhecimento do etanol como energia renovável e limpa para uso em motores. Mercado ainda travado pelos altos estoques de açúcar no mercado internacional (Índia e Tailândia), posições futuras de fundos vendidas e com depreciação de preços, levando a um mix mais alcooleiro.

O Agro não para!

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TAGS: Cana de Açúcar, Setor sucroenergético