De volta ao jogo

Com o avanço das pesquisas e tecnologias, a Unipar trouxe de volta ao mercado uma solução que uti


Edição 32 - 29.08.22

Plant + Unipar

Com o avanço das pesquisas e tecnologias, a Unipar trouxe de volta ao mercado uma solução que utiliza o Ácido Clorídrico no processo de produção do etanol

 Há uma revolução silenciosa em curso no setor sucroalcooleiro. Desde 21 de julho, a Usina de Açúcar e Álcool São José da Estiva, com sede em Novo Horizonte (SP), opera com o uso de Ácido Clorídrico (HCl) na fermentação, em substituição ao Ácido Sulfúrico (H2S04). O insumo fornecido à usina pela Unipar é resultado de um bem-sucedido desenvolvimento tecnológico realizado em parceria com a Fermentec, empresa líder no mercado em tecnologia para o setor sucroenergético e uma das grandes referências no desenvolvimento e seleção de leveduras.

Trata-se de um passo decisivo na oferta de uma alternativa avançada, viável e sustentada para o tratamento do creme de levedura – etapa crucial no processo produtivo do etanol. “Esse é um projeto inovador, que nos dará uma flexibilização diante de um mercado de insumos agitado, seja com relação a disponibilidade ou quanto a preço”, aponta Ricardo Ribeiro da Silva, gerente de Produção Industrial da Estiva. “O sucesso desse projeto será importante para ganhos em todo o setor sucroalcooleiro. Ganhos relacionados à disponibilidade de produto, visto o atual panorama de disponibilidade de Ácido Sulfúrico, competitividade de custo e sem dúvida o apoio de um parceiro e fornecedor como o Grupo Unipar”, afirma Lucas Bispo, gerente de Contas Sênior da Unipar.

Batizado de Projeto Cana, a reestreia do uso do Ácido Clorídrico (HCl) no processo de produção de etanol foi cuidadosamente preparada pela Unipar nos últimos anos. Um a um, todos os testes de validação do Ácido Clorídrico como elemento não corrosivo, capaz de reduzir a contaminação por bactérias e manter o levedo sem flocos foram vitoriosos. Departamentos especializados da USP, UFRJ, UFSCar e do Senai/Sertãozinho constataram em provas de qualidade que o uso manteve o pH nos parâmetros desejados e auxiliou no controle da contaminação microbiana.

Ainda em escala piloto, os testes com o uso do HCl não demonstraram nenhuma observação negativa em comparação ao Ácido Sulfúrico (H2SO4). Além disso, ganhos econômicos significativos são projetados diante das constantes oscilações de preço e oferta do Ácido Sulfúrico, utilizado neste momento pelas demais empresas produtoras de etanol.

EFICIÊNCIA E SEGURANÇA

“Tanto do ponto de vista técnico como pelas vantagens comerciais, nossa expectativa é que o Ácido Clorídrico tenha, a partir de agora, uma expressiva aceitação pelas usinas”, afirma a Engenheira Química Luciana Viviani, Coordenadora de Desenvolvimento Técnico e Mercado da Unipar. “O modelo de negócio ganha um elemento novo, confiável e econômico”, completa ela.

O Especialista em produtos clorados e integrante da Diretoria Técnica da companhia, Antônio Caprino, corrobora a avaliação. “A implementação desse Projeto nos permite oferecer mais segurança de fornecimento do insumo ao setor sucroalcooleiro”, reforça Caprino.

“O que estamos promovendo é uma alternativa, após anos de uso exclusivo do Ácido Sulfúrico pelas usinas”, destaca o Diretor de área de Projetos (PMO) da Fermentec, Marcel Salmeron Lorenzi. “O importante é que o Ácido Clorídrico agora se apresenta como uma alternativa viável às usinas”, afirma Salmeron. Em tempos de dólar alto, a diferença de custo entre os dois modelos tende a se acentuar, com vantagem para o Ácido Clorídrico.

Usina São José da Estiva: nova opção para o setor sucroalcooleiro

VERSÃO AVANÇADA

Em meados de 2007, o Ácido Clorídrico (HCl) chegou a ser usado por algumas usinas nacionais como um insumo no processo de destilação do etanol. Porém após alguns casos pontuais de desgaste levaram ao abandono do uso desse insumo. A substituição foi feita pelo Ácido Sulfúrico que, nos últimos 60 anos, vem sendo utilizado por todos os produtores, sem exceção. Após quase 15 anos de avanços tecnológicos na produção do Etanol e através da validação em testes realizados pelo Laboratório de  Eletroquímica e  Corrosão da USP, o Ácido Clorídrico (HCl) retoma ao mercado como uma segunda opção de elemento ativo sobre as leveduras de transformação da cana-de-açúcar em etanol, durante a etapa de fermentação nos tanques de aço inox.

“Precisamos quebrar paradigmas com relação ao uso do Ácido Clorídrico vinculada a corrosão em equipamentos já que é uma preocupação para o setor. Para aço carbono, por exemplo, o uso de Ácido Clorídrico é menos agressivo que o Ácido Sulfúrico.” Ressalta a Especialista em Corrosão, Dra. Idalina Aoki da USP. “Estamos realizando ensaios para o monitoramento da corrosão em campo durante o uso do Ácido Clorídrico na Usina S. J. da Estiva e acreditamos que trará mais confiança ao setor”.

As pesquisas para a utilização do Ácido Clorídrico (HCl) adequado à operação das usinas foram iniciadas na última década pela Unipar. Durante este período, foram realizados estudos e experimentos por especialistas de diversas áreas ligadas aos setores de pesquisa e produção do etanol. Os avanços obtidos ficaram maduros e, com a adoção em escala de produção pela Usina São José da Estiva, passam a estar sob o crivo de um mercado exigente e moderno. Com base no excelente desempenho ao longo do desenvolvimento do produto, as expectativas são as melhores.

 

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