Não há futuro sem conectividade

Para os usuários de Agricultura de Precisão, mais especificamente da Telemática — tecnologi


31.08.18

Marco Lorenzzo Cunali Ripoli, Ph.D., é engenheiro agrônomo, mestre em Máquinas Agrícolas pela ESALQ-USP e doutor em Energia na Agricultura pela UNESP. Executivo, disruptor, empreendedor, inovador e mentor, é proprietário da Bioenergy Consultoria, da Energia da Terra, empresa de alimentos saudáveis e investidor da Drinquis.

Para os usuários de Agricultura de Precisão, mais especificamente da Telemática — tecnologia que captura dados de equipamentos agrícolas no campo e os transfere, via Internet, em tempo real — a conectividade e a velocidade de transferência de dados são tudo.

Apesar de não ser uma nova tecnologia, a Telemática ainda apresenta inúmeros de desafios para o agricultor que opta por investir e se beneficiar de sistema. Atualmente, os maiores latifundiários são aqueles mais dispostos a fazer esse investimento, enquanto os menores produtores tendem a ser um pouco mais lentos em adotar a tecnologia, pelo menos até que compreendam seus benefícios.

Com o desenvolvimento contínuo da tecnologia, tornando-a uma ferramenta cada vez mais popular e acessível, o setor agropecuário vem rapidamente se munindo com o crescimento de mais empresas que buscam oferecer soluções neste ramo, como é o exemplo da John Deere e da Trimble, que competem neste mercado.

Desafios como aumentar a área de cobertura de sinal, as velocidades de upload e o nível de segurança necessário para proteger informações devem ser transpostos para que a conectividade permita que toda a tecnologia que vem sendo desenvolvida possa ser utilizada em sua plenitude.

O Big Data e a Internet da Coisa (IoT), de que muito se vem falando, têm o potencial de mudar radicalmente a forma que fazemos Agricultura hoje. Ferramentas e sistemas precisam ser robustos e, ao mesmo tempo, flexíveis para gerenciar a enorme quantidade de dados de milhares de hectares de área produtiva e de diversas fontes de uma vez só, como dados meteorológicos, rendimento, imagens de drones e de satélite, diagnóstico de equipamentos e máquinas etc.

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Embora a grande ênfase tenha sido colocada em velocidades de download nos últimos anos, um dos maiores desafios é aumentar as velocidades de upload nas áreas rurais, pois esta tecnologia exige velocidades de upload maiores do que o que é comum. Nesta ausência, os produtores muitas vezes são impedidos de realizar operações em tempo real e acabam tendo que recorrer para transferência de dados do campo por meio de conexões mais rápidas, nas sedes das fazendas, usando como alternativa a fibra óptica. O problema não é único no Brasil, aparece também em diferentes proporções nos EUA e na Europa.

As tecnologias digitais não só aumentam a eficiência na Agropecuária, como permitem a gestão ambiental e animal de forma sustentável, mas também como estão se tornando muito rápido um requisito para os produtores fiquem mais competitivos no mercado.

Deixo aqui uma provocação para que setores privados específicos aumentem seus investimentos e acelerem a construção de infraestrutura rural, pois assim estarão contribuindo diretamente para o crescimento de nossa economia.

Afinal, nosso alimento é produzido no CAMPO!

O Agro não para!

 

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TAGS: Conectividade, Telemática