Autônomos em campo

Uma revolução silenciosa vem acontecendo no Agro. Enquanto escutamos muito sobre carros autônomos


17.08.18

Marco Lorenzzo Cunali Ripoli, Ph.D., é engenheiro agrônomo, mestre em Máquinas Agrícolas pela ESALQ-USP e doutor em Energia na Agricultura pela UNESP. Executivo, disruptor, empreendedor, inovador e mentor, é proprietário da Bioenergy Consultoria, da Energia da Terra, empresa de alimentos saudáveis e investidor da Drinquis.

Uma revolução silenciosa vem acontecendo no Agro. Enquanto escutamos muito sobre carros autônomos nas cidades, pouco ainda se fala sobre o tema no setor agrícola, que há mais de vinte anos já vem trabalhando para o desenvolvimento destas mesmas tecnologias para uso no campo.

Nos anos 80, com o início da Agricultura de Precisão, o conceito de tratores autônomos já começou a ser tratado com propósito de aumentar a eficiência do sistema produtivo e reduzir custos no campo.  Infelizmente estes veículos ainda não têm liberação de uso comercial em muitos países, o que não impede que os fabricantes continuem a desenvolver estas novas tecnologias.

Muitos dos sensores e sistemas de controle que as máquinas e equipamentos agrícolas autônomos incorporaram já são utilizados pelos carros autônomos.  Grande parte dos tratores vendidos nos EUA, Europa e parte do Brasil incluem sistemas de direcionamento via GPS que conferem aos fazendeiros a oportunidade de colocar esta tecnologia para trabalhar a seu favor.

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A precisão e qualidade do plantio, sensores que coletam dados do solo, plantas, condições climáticas e a melhoria do trabalho durante a noite são alguns dos vários benefícios que, em um conjunto, reduzem a carga de trabalho e esforço dos operadores, auxiliando na condução e controle várias tarefas dentro do sistema produtivo agrícola.

Os tratores autónomos podem atuae como hotspots móveis para coleta de dados de sensores fornecendo mais informações para o melhor gerenciamento do campo (ex.: umidade, taxas de aplicação, consumo de combustível etc.).

Empresas de máquinas agrícolas já desenvolveram versões de veículos agrícolas autônomos que, em paralelo a sistemas integrados, ajudam os produtores rurais a gerir remotamente suas operações.  O MachineSync, por exemplo, permite que um trator se comunique diretamente com uma colhedora, garantindo maior eficiência e melhor precisão na colheita das lavouras.  O Autotrac Vision consiste do uso de câmeras que detectam as linhas de plantio das culturas e orientam o trator para evitar o pisoteio das plantas em crescimento.  O Autotrac RowSense ajuda a garantir cobertura completa na aplicação de fertilizantes e corretivos, entre outras soluções.

As tecnologias para viabilizar os tratores totalmente autônomos já estão disponíveis, mas qual o entrave para o lançamento comercial destas soluções?  Uma das principais preocupações é o quanto se confia nesta solução, pois até o momento não existem normas nem legislações definidas que protejam o usuário contra eventuais acidentes.  Por hora, veículos autônomos ainda precisam de seres humanos para monitorar sua velocidade e desempenho.  Em breve, as inovações dos equipamentos agrícolas irão permitir o controle remoto completo destas operações, resultando num aumento importante da produtividade dos produtores em operações agrícolas em grande escala.

O Agro não para!

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