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Deu onda na lavoura

Por que a maconha aponta como um dos investimentos mais promissores nos EUA
15 de outubro de 2017

Não se assuste se, de repente, aquele seu amigo conservador surgir com um discurso ao estilo “legalize já”. A opinião dele em relação à maconha pode não ter nada a ver com o uso pessoal da erva, mas sim com seu bolso. Sim, a erva agora é motivo de investimento financeiro. O movimento de legalização da cannabis nos Estados Unidos e no Canadá tem levado a uma forte valorização de empresas que orbitam nessa indústria. Somente nos dois primeiros meses desse ano, o índice de cannabis da Viridian Capital Advisors, que reúne ações de 50 empresas, subiu 20%, contra 5% do Dow Jones. A alta teria sido ainda mais expressiva não fosse um comentário do porta-voz do governo Donald Trump: no final de fevereiro, Sean Spicer deixou no ar a possibilidade de uma maior interferência do governo federal sobretudo nos estados onde o uso pessoal da maconha é permitido.

No entanto, aceitam na tendência de legalização como um caminho sem volta. “As pesquisas mostram que a maioria dos americanos é a favor da legalização, pelo menos para fins medicinais. É impossível imaginar um recuo nesse aspecto”, diz Harrison Phillips, analista e vice-presidente da Viridian. Nos Estados Unidos, já são 28 estados onde o uso de princípios ativos presentes na erva é liberado para uso médico. Destes estados, oito também permitem que a maconha seja consumida para fins recreativos, entre eles a Califórnia. Outro que segue essa tendência é o Canadá, onde a legalização para fins medicinais vale para todo o país. No mês passado, a Bolsa de Valores de Toronto anunciou a criação de seu primeiro fundo setorial voltado à indústria da maconha. As ações da maior empresa que compõe o fundo, a farmacêutica Aphria, subiram 80% nos últimos seis meses.

Segundo a editora Arcview, especializada em relatórios e pesquisas sobre a indústria da maconha, no ano passado o faturamento do setor (incluindo EUA e Canadá) cresceu 30% em relação a 2015, chegando a US$ 6,7 bilhões. A expectativa é de uma expansão de aproximadamente 25% ao ano até 2021, quando esse mercado na América do Norte deverá atingir US$ 20,2 bilhões. As maiores companhias do setor são químicas ou farmacêuticas, como a GW Pharmaceuticals, cujo valor de mercado chega a US$ 3 bilhões. Mas há também grandes produtores, como a canadense Canopy Growth, avaliada em US$ 800 milhões. Além de manter uma área plantada de 350 mil metros quadrados, a empresa ainda conta com um laboratório para manipulação e produção de sementes geneticamente idênticas. “O nível de inovação tecnológica no setor é altíssimo”, diz Phillips. Um estudo feito pela New Frontier Data prevê que, até 2020, a indústria em torno da cannabis terá criado mais de 250 mil empregos, mais até do que a indústria de manufaturados. De fato, a turma do “legalize já” só vem ganhando bons argumentos.

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