Conversando com um alto executivo de um dos maiores conglomerados aeronáuticos do país, uma frase que ele tinha ouvido numa palestra me chamou a atenção: “No passado, a máxima era: meu filho, se você não estudar você vai ficar na roça. Hoje, se quiser ficar na roça, tem que estudar”. Isso também passa sobre qual tipo de aeronave fará a cabeça dos fazendeiros num futuro próximo. Explico.
A tecnologia que permeia a agricultura digital tem começado a moldar também o perfil do novo empresário, que tem colocado a modernidade acima de tudo na hora de adquirir um novo bem de consumo, pois este já domina não somente os gadgets, mas também os softwares que o ajudam na gestão agrícola. E isso, obviamente, requer estudo e conhecimento.
Hoje, a média de idade dos aviões convencionais (a pistão de asa fixa) no Brasil é de 30 anos. E uma parte considerável deles opera nas fazendas. Em breve, assim que a tão sonhada estabilidade econômica voltar a reinar no país, essa frota começará a ser renovada rapidamente. Aí entra um dilema: o que o novo empresário do campo vai buscar para ganhar tempo no seu dia a dia?
Em se tratando de aeronaves, as principais novidades e evolução não estão na maioria dos aviões monomotores e bimotores que operam no Brasil. Atualmente, os jatos de pequeno porte e até mesmo os helicópteros estão em vantagem nesse quesito. Até mesmo as pistas não preparadas, que sempre foram o principal motivo para que os empresários da lavoura optassem pelos aviões a pistão ou turbo-hélices, já começam a não ser o maior dos empecilhos. Tem executivo optando por pavimentar a sua pista particular para poder operar os jatinhos.

Os fabricantes aeronáuticos estão muito atentos a essa transformação do campo. A chegada de jovens empresários à lavoura, ávidos por tecnologia de ponta, tem feito com que o mercado olhe ainda mais para os seus próprios produtos, buscando melhorias constantes para atender essa importante fatia do mercado.
É claro que o tipo de missão de cada futuro proprietário ainda pesa demais na escolha da sua “máquina de economizar tempo”, ainda mais com a escassa cobertura da aviação comercial nas regiões onde o agro pulsa no Brasil. Mas, com a entrada de novos produtos, a sofisticação começa a pesar na balança. Entender (e ter) o que o cliente precisa nunca foi tão importante para o sucesso das vendas.