Sem muralhas na tecnologia

Primeiro houve uma Revolução Industrial, depois uma Revolução Cultural, e agora uma Revolução


15.03.21

Marco Lorenzzo Cunali Ripoli, Ph.D. é Engenheiro Agrônomo e Mestre em Máquinas Agrícolas pela ESALQ-USP e Doutor em Energia na Agricultura pela UNESP, executivo, disruptor, multiempreendedor, inovador e mentor. Proprietário da BIOENERGY Consultoria, Agri-REX eventos e investidor em empresas. Acesse www.marcoripoli.com

Primeiro houve uma Revolução Industrial, depois uma Revolução Cultural, e agora uma Revolução Agrícola. Para muitos a China já é a sede do mais recente Vale do Silício, na verdade, de vários Vales do Silício organizados em hubs tecnológicos em todo o país.

A China é um país continental com cinco vezes a população e um pouco mais de área que os Estados Unidos, tendo cerca de 800 milhões de pessoas envolvidas na agricultura.  As fazendas chinesas são relativamente pequenas em tamanho, quando comparadas as fazendas americanas e brasileiras, mas isso vem mudando com a urbanização do país.  À medida que as fazendas são agregadas e o número de agricultores diminui, a necessidade de soluções tecnológicas aumentará.

A China continua crescendo…  Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI) o PIB do país supera o da América, se o PIB chinês for convertido em dólares na paridade do poder de compra (a taxa de câmbio que equalizaria o preço do dólar de bens similares em cada país).  Embora o crescimento do PIB tenha desacelerado, ainda é alto o suficiente para exigir soluções tecnológicas para resolver problemas existentes e aliviar o estresse no sistema.

A necessidade de inovar na alimentação e na agricultura vem ganhando cada vez mais força, pois como em muitos outros países, a China também tem uma escassez de mão-de-obra agrícola.  Como a experiência em outras indústrias, a tecnologia deve intensificar-se para preencher essa lacuna.

O governo chinês identificou três áreas principais de foco na produção alimentar e agrícola. Em primeiro lugar, a China está comprometida em proteger seu meio ambiente.  Atualmente o país emite mais que o dobro do CO2 que a América e produz 50% mais eletricidade.  A China comprometeu-se a reduzir as emissões de carbono e tornou-se mais rigorosa na aplicação dessas metas.  Soluções Agtech que substituem produtos químicos Inteligência Artificial, realidade aumentada, robôs etc. encontrarão um mercado prospero na China.

Segundo, o desenvolvimento econômico é prioridade.  Embora se fale sobre a segurança alimentar na comunidade tecnológica americana e brasileira como um problema, o fornecimento de alimentos é um problema atual na China, devido ao fato onde muitas áreas agrícolas não podem sequer produzir alimentos suficientes para alimentar seus moradores locais.

O governo chinês elaborou plano de ações prioritário para ajudar parte da população a sair da zona de pobreza por meio da agricultura.  Técnicas de agricultura de precisão que reduzem custos e aumentam as receitas tem papel relevante no desenvolvimento das áreas agrícolas.

Por fim, o governo chinês está incentivando a inovação em biotecnologia e biologia molecular, especialmente tecnologias que podem aumentar a produção e reverter as tendências recentes na produção de grãos da China.

Vejo aqui mais um caminho para a agricultura brasileira continuar a prosperar.

O Agro não para!

 

PLANT PROJECT

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