#oagronuncapara – O que nos aguarda?

Por Ismael Perina Jr., diretor da Fazenda Belo Horizonte (Jaboticabal, SP) – Top Farmer Cana –


Edição 20 - 26.05.20

Por Ismael Perina Jr., diretor da Fazenda Belo Horizonte (Jaboticabal, SP) – Top Farmer Cana – Primeira Temporada 

Passados alguns dias do início dos relatos do aparecimento de uma endemia provocada pelo coronavírus e posteriormente a OMS dando a ela o status de pandemia, houve imensa alteração na forma de vida das pessoas em praticamente todas as partes do mundo, trazendo à tona grandes fragilidades que encontramos na maioria dos países, promovidas principalmente pela grande aceleração dos movimentos globais e pela falta de estratégias para tratar esse tipo de situação em cada um dos países.

Tudo muito rápido e, como vivenciamos um mundo fortemente conectado, nos deparamos com uma situação inesperada e inusitada, onde muitas vidas vêm sendo ceifadas. Mas certamente o mundo não acaba e teremos que trabalhar fortemente para reverter essa situação que promoverá, com muita certeza, grandes modificações, se comparado ao que tínhamos vivenciado até agora. Confesso que, para mim e para a grande maioria das pessoas, uma situação dessas jamais seria imaginada e por isso a convicção de que as dificuldades serão enormes.

Uma catástrofe econômica mundial é inevitável e cabe a cada um dos países procurar se fortalecer e aprimorar a forma como vem trabalhando suas principais atividades para que a recuperação seja menos traumática possível.

O Brasil, que vem trabalhando fortemente a questão agro e se propondo a ser o principal fornecedor de alimentos do mundo, terá o dever de montar estratégias para isso, pois todos sabemos da importância dos alimentos na perpetuação da nossa espécie e muito mais ainda na busca da paz entre os povos.

Falando um pouco do setor que trabalho e me dedico ao longo destes últimos anos, o momento não poderia ser pior. Junta-se à crise provocada pelo coronavírus, que promove uma paralisia global de movimentação de pessoas com grande diminuição no consumo de forma geral, problemas pontuais do segmento sucroenergético. A baixa repentina nos preços do petróleo atinge em cheio o etanol, um dos nossos principais produtos, com redução de consumo que chega perto dos 60%. E isso ocorre justamente num momento crucial, que é a entrada da safra do Centro-Sul do Brasil. Essa região produz a quase totalidade do etanol que consumimos e exportamos. A queda de preços também é uma realidade e os danos, assustadores.

Nesse momento, cabe ao setor privado tentar a todo custo realizar a safra, pois sabemos a grandiosidade da importância de preservar o emprego, do número de empregados que temos nas diversas regiões produtoras, assim como dos produtores, de suas famílias e de seus empregados e, ainda, a relevância para inúmeros municípios envolvidos nessa atividade. Cabe ao poder público tomar medidas eficientes, visando a redução de impostos e criar alternativas para dar competitividade ao etanol frente à gasolina, além de promover e criar instrumentos de financiamentos para toda a cadeia produtiva com o intuito de manter o setor em pé.

Essa condição será importantíssima na retomada, pois as características positivas desse setor são fantásticas, como já relatadas ao longo de todos esses anos, principalmente a geração de emprego e renda, saúde pública, gerador de impostos e divisas para o Brasil entre muitos outros. Precisamos a qualquer custo sair desta fortalecidos.

Para ler mais, confira a lista completa de artigos

TAGS: #oagronuncapara, Setor sucroenergético