Edição 20 - 26.05.20
Geraldo Martins, presidente da Agro-Pecuária CFM – Top Farmer Pecuária – Primeira Temporada
O termo “âncora verde” foi muito utilizado para descrever a importância do agronegócio na consolidação do Plano Real. O setor agro, com sua ordem de grandeza, capacidade de produção e geração de divisas para o País, bancou a volta à estabilidade da economia brasileira após longo período de inflação descontrolada e um país decadente. Os demais setores da economia não eram capazes de impulsionar essa mudança.
Este foi um marco importante na mudança da ótica de como a população enxergava o agronegócio. Até então, dizia-se que a agropecuária não passava de uma cadeia primária, quando motivo de orgulho era estar nos setores secundário e terciário da economia. Nesse momento, a imagem do agronegócio sofreu uma inflexão. Houve o reconhecimento da aptidão brasileira como celeiro do mundo, orgulho da tecnologia embarcada e adotada no campo nos sistemas de produção.
Voltando ao presente, e à crise do coronavírus, mais uma vez o agronegócio será o carro-chefe, sustentando o PIB brasileiro no mundo pós-pandemia. O momento atual certamente requer adequação das atividades do dia a dia para resguardarmos a saúde das pessoas, mas a produção não pode parar.
Acreditando nisso, cada uma das unidades da empresa está tomando as medidas necessárias para mitigar o risco à saúde das nossas equipes e das comunidades do nosso entorno, mas seguimos trabalhando conscientes da responsabilidade que temos de não deixar faltar nada na mesa das pessoas.
Será um grande desafio. De um lado, pessoas ávidas por repor estoques e abastecer as residências. De outro, produtores impactados pelas dificuldades logísticas e pelo aumento dos custos de produção. Quem não vive a produção rural dificilmente tem a percepção de que a maior parte dos insumos, como defensivos agrícolas e fertilizantes, é importada e tem seus preços atrelados ao dólar – que saltou do patamar de R$ 4 para mais de R$ 5 em menos de um mês! Os grãos, que são um componente importante da produção animal, também têm as cotações internas fortemente influenciadas pelas cadeias globais.
A Agro-Pecuária CFM atua na produção de cana-de-açúcar, florestas e pecuária, sendo a maior vendedora de touros Nelore certificados do País e tendo comercializado 1.387 reprodutores em 2019. Muitos não se atentam ao fato de que a produção de um touro começa com a inseminação de uma fêmea e que entre esse momento e a efetiva utilização do reprodutor transcorrem cerca de 1.100 dias. É um processo longo, que não pode ser interrompido pelas turbulências conjunturais, sob pena de não atendermos nossos clientes lá na frente.
Comercializamos touros de acordo com as regras Ceip – Certificado Especial de Identificação e Produção, regulado pelo Ministério da Agricultura –, que determinam que apenas serão classificados como touros os 30% melhores machos produzidos. Os outros 70% serão terminados em confinamento e abatidos em frigoríficos. Para chegar a este momento, teremos lançado mão de insumos de produção de alto custo e altamente afetados pelos humores do mercado.
Por mais conturbado que seja o cenário econômico, a posição da CFM é de sempre conduzir as atividades de campo aplicando toda a técnica e tecnologia preconizadas e mantendo os investimentos estratégicos. Foi assim durante os tempos de inflação galopante, durante os planos econômicos e tantas outras crises enfrentadas pelo Brasil nos últimos 100 anos. E será assim, mais uma vez, porque acreditamos no futuro do País e prezamos o compromisso com nossos clientes.
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