11.05.18
Instituição debate visão de futuro e as megatendências para o agronegócio
Por João Rodriguez
Em um contexto de um crescimento exponencial na tecnologia e inovação no agro, é difícil precisar qual horizonte será vislumbrado no futuro. Essa complicada missão tem sido encarada por muitos produtores e centros de pesquisa. A Embrapa, por exemplo, passou meses coletando informações em bases de dados, estudos e agendas estratégicas para traçar cenários apontando para o fim da próxima década e trazendo perspectivas e os principais desafios científicos, tecnológicos e organizacionais. A convite da Secretaria-Geral da Presidência da República, a instituição de pesquisa apresentou, na quinta-feira 10 de maio, o documento Visão 2030: O Futuro da Agricultura Brasileira no evento “Diálogos Estratégicos – Produtividade e Competitividade no Agronegócio”.
Várias soluções para um futuro mais fértil foram apresentadas no debate. Entre elas, a diversificação dos produtos agropecuários para exportação e o fortalecimento de estruturas das instituições e órgãos públicos responsáveis pelas exportação. No estudo ‘Visão 2030’, baseado em inteligência antecipativa, foi anunciada uma tendência de aumento da demanda mundial de 35% por alimentos, 40% por energia e 50% por água. Trabalhando em direção a essas necessidades, o Brasil tem um campo muito amplo para melhorar suas produções e negócios tanto para abastecimento interno, como para exportação. Outra novidade que a Embrapa apresentou foram os indícios que a área plantada não crescerá tanto nos próximos anos, e isso se deve à tendência de melhorias nas tecnologias e a ampliação da recuperação de campos desgastados.
Entre as previsões da Embrapa estão ainda a ampliação e diversificação da produção do trigo tropical e da fruticultura, além do milho que está sendo impulsionado pelo crescimento da segunda safra, especialmente no Centro-Oeste. “Estamos conseguindo diversificar e intensificar a produção pelas múltiplas safras e aumento de produtividades com sustentabilidade. Resultado dos constantes avanços da pesquisa e da inovação tecnológica”, destacou o gerente de Inteligência Estratégica da Instituição, Carlos Pio.
Ele lembrou das iniciativas da Embrapa no apoio à elaboração de políticas públicas, como o Zoneamento do Risco Climático, o Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC) e, mais recentemente, o RenovaBio. “As pesquisas e inovações tecnológicas também foram fatores fundamentais na queda dos custos da cesta básica nos últimos anos”.
Seguindo os modelos das projeções de oferta e demanda de produtos agrícolas no mercado nacional e internacional e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS) da ONU, a Embrapa — parceira da Ourofino Agrociência em pesquisas para desenvovimento de produtos, dentro do seu propósito Reimaginando a Agricultura Brasileira –,mapeou sete megatendências. São elas: Mudanças Socioeconômicas e Espaciais na Agricultura; Intensificação e Sustentabilidade dos Sistemas de Produção Agrícolas; Mudança do Clima; Riscos na Agricultura; Agregação de Valor nas Cadeias Produtivas Agrícolas; Protagonismo dos Consumidores; e Convergência Tecnológica e de Conhecimentos na Agricultura. A publicação explora aspectos relacionados a cada uma das megatendências e indica desafios.
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