O fim da discriminação? 

Desde 1990, o governo dos Estados Unidos vinha adotando medidas específicas para apoiar agricultores negros; no entanto, esse quadro mudou sob a gestão Trump
Edição: 50
24 de setembro de 2025

Desde 1990, o governo dos Estados Unidos vinha adotando medidas específicas para apoiar agricultores negros, como forma de reduzir os efeitos do racismo estrutural e da desigualdade no campo. Esse quadro mudou sob a gestão Trump, que decidiu suspender de forma definitiva tais recursos, alegando que a questão da discriminação já estaria “resolvida”.

Em julho, o Departamento de Agricultura anunciou que deixaria de usar a expressão “socialmente desfavorecido”, utilizada para identificar agricultores e pecuaristas submetidos a discriminação racial, étnica ou de gênero, incluindo negros, hispânicos, nativos americanos e asiáticos.

Sem esse critério, programas de apoio correm o risco de favorecer apenas fazendeiros brancos, alertam políticos democratas e lideranças do setor. A mudança ocorre em meio a disputas judiciais movidas por produtores brancos que alegam ser vítimas de “racismo reverso” – conceito amplamente rejeitado por especialistas. O impasse revela um dilema central: a redistribuição de recursos pode fragilizar justamente uma das parcelas mais vulneráveis da agricultura americana. 

O perfil dos produtores rurais nos Estados Unidos: 

3,3 milhões de produtores registrados no censo mais recente 

Gênero

  • 2,1 milhões de homens 
  • 1,2 milhão de mulheres 

Origem étnica 

  • 112,3 mil hispânicos e latinos 
  • 56,3 mil indígenas 
  • 41,8 mil negros 
  • 22,7 mil asiáticos 

Faixa etária 

  • 837,5 mil têm entre 55 e 64 anos (maior parcela) 
  • 57 mil têm até 25 anos (menor parcela) 

Fonte: Censo Agrícola 

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