Desde 1990, o governo dos Estados Unidos vinha adotando medidas específicas para apoiar agricultores negros, como forma de reduzir os efeitos do racismo estrutural e da desigualdade no campo. Esse quadro mudou sob a gestão Trump, que decidiu suspender de forma definitiva tais recursos, alegando que a questão da discriminação já estaria “resolvida”.
Em julho, o Departamento de Agricultura anunciou que deixaria de usar a expressão “socialmente desfavorecido”, utilizada para identificar agricultores e pecuaristas submetidos a discriminação racial, étnica ou de gênero, incluindo negros, hispânicos, nativos americanos e asiáticos.
Sem esse critério, programas de apoio correm o risco de favorecer apenas fazendeiros brancos, alertam políticos democratas e lideranças do setor. A mudança ocorre em meio a disputas judiciais movidas por produtores brancos que alegam ser vítimas de “racismo reverso” – conceito amplamente rejeitado por especialistas. O impasse revela um dilema central: a redistribuição de recursos pode fragilizar justamente uma das parcelas mais vulneráveis da agricultura americana.
O perfil dos produtores rurais nos Estados Unidos:
3,3 milhões de produtores registrados no censo mais recente
Gênero
- 2,1 milhões de homens
- 1,2 milhão de mulheres
Origem étnica
- 112,3 mil hispânicos e latinos
- 56,3 mil indígenas
- 41,8 mil negros
- 22,7 mil asiáticos
Faixa etária
- 837,5 mil têm entre 55 e 64 anos (maior parcela)
- 57 mil têm até 25 anos (menor parcela)
Fonte: Censo Agrícola





