Edição 41 - 21.04.24
O amargo sabor do cacau ilegal
O mundo nunca consumiu tanto chocolate – e a demanda não para de subir. Um estudo feito pela Fortune Business Insights, plataforma especializada em pesquisas de mercado, apontou que o mercado global de cacau, avaliado em US$ 48 bilhões em 2022, deverá atingir US$ 68 bilhões até 2029. Associe-se a isso as condições climáticas adversas, que afetaram a produção na África, e o que se observa é a disparada de preços.
Em meados de fevereiro, a cotação do cacau alcançou o maior valor em 65 anos. Na Nigéria, a necessidade por quantidades maiores de cacau está prejudicando áreas de conservação ambiental. Uma investigação da agência Associated Press apontou que fazendeiros têm invadido áreas da Reserva Florestal de Omo, localizada a 135 quilômetros de Lagos, uma das maiores da África e uma das mais antigas reservas certificadas pela Unesco.
O cacau lá produzido, de forma ilegal, é comprado por alguns dos principais exportadores do planeta, e a matéria-prima é comprada por gigantes do setor. Atualmente, o país africano é o quarto maior exportador de cacau do planeta, atrás de Costa do Marfim, Indonésia e Gana.