Edição 37 - 28.07.23
Banco estabelece meta de destinar US$ 1 trilhão para projetos de impacto ambiental e social.
Um conteúdo CITI + PLANT
Poucos temas são tão urgentes na nova era ambiental quanto a transição energética para uma economia de baixo carbono. Desenvolver, incentivar e adotar fontes renováveis em substituição aos combustíveis fósseis, introduzir sistemas de produção mais eficientes e realizar a gestão inteligente de resíduos são caminhos inevitáveis para proteger o planeta e assegurar que as futuras gerações possam desfrutar de sua extraordinária biodiversidade.
Nesse contexto, o mundo corporativo exerce papel cada vez mais vital. Ele não apenas pode estimular a adoção de práticas sustentáveis, mas também fornecer os recursos necessários para que novas soluções sejam incorporadas. Atento à nova realidade, o banco americano Citi tem investido na busca por iniciativas capazes de acelerar a inadiável transição energética.
“O Citi se comprometeu a financiar, até 2030, US$ 1 trilhão em todo o mundo em projetos ambientais que contribuam para a economia de baixo carbono ou que gerem impacto social”, diz André Cury, head do Commercial Bank do Citi para o Brasil e a América Latina. Parte desses recursos será direcionada para o Brasil. Entre as iniciativas contempladas, estão investimentos em energia renovável e tecnologia limpa, além de programas de assistência médica e habitação acessível. Para efeito de comparação, o número equivale a quase metade do PIB brasileiro.
A busca do Citi por soluções sustentáveis passa necessariamente pelo agronegócio. Um dos setores mais prósperos e inovadores da economia brasileira, o agro se tornou também indispensável para o alcance de metas ambientais. “Faz todo o sentido ter uma parte desse cheque destinado para o Brasil”, pontua Cury. “O nosso propósito é atender e apoiar companhias que são vencedoras no setor e que geram efetivo progresso para a economia e para a sociedade.”
Para ser mais eficaz, a transição energética depende necessariamente de inovações. Nesse sentido, André Cury chama a atenção para o mercado de combustível de aviação sustentável (SAF, na sigla em inglês), uma tendência que deverá se fortalecer no futuro próximo e que pode ter origem, ao menos em parte, nos cultivos brasileiros. “A oferta de SAF no mundo atualmente é suficiente apenas para atender a demanda de uma companhia aérea americana grande por um dia”, afirma o executivo. A expectativa é de que um dia soja, cana-de-açúcar e milho possam viabilizar voos mais sustentáveis. “Com essa escala, é possível ter ideia do tamanho da oportunidade que esse mercado trará.”
O executivo cita também projetos de hidrogênio verde para abastecer navios cargueiros, o que certamente provocará uma revolução tanto em termos de redução de emissões quanto em volume de investimentos necessários para desbravar iniciativas nessa área. Neste segmento, mais uma vez, commodities brasileiras, como o etanol, podem ser decisivas para a aplicação em larga escala dessas novas tecnologias, como destacou Cury no painel que moderou durante a 16ª edição do Citi Iso Datagro New York Sugar & Ethanol Conference, evento realizado durante a Brazil Week, em Nova York.
Na ocasião, falou sobre o uso de fontes alternativas de combustíveis, um movimento que certamente ganhará tração no futuro próximo. “Eu vejo essa agenda como uma grande oportunidade para o Citi”, diz o executivo.
O fato de ser o banco mais global do planeta, presente em 95 países, representa um diferencial importante para o Citi – qualquer inovação que surja, em qualquer região, não deixará de ser notada pela instituição.
Não é de hoje que a operação brasileira do Citi está conectada com o agronegócio. O banco apoia empresas do setor há mais de 40 anos e foi pioneiro em operações de derivativos agrícolas, instrumentos financeiros que protegem produtores e consumidores de commodities como açúcar, soja e milho contra as oscilações de preços. Também fazem parte do portfólio oferecido ao agro brasileiro pelo Citi soluções de cash management e de apoio ao trade.
Para atender as especificidades do segmento, o Citi investiu na formação de times especializados. Os segmentos de Investment Banking, análise de crédito e de risco, por exemplo, contam com profissionais dedicados ao agronegócio. Além disso, especialistas trabalham focados em iniciativas voltadas para o agro no Paraná e no Rio Grande do Sul – que concentram cooperativas e empresas de biodiesel – e na cidade de Ribeirão Preto (SP), onde um escritório do Citi dedica-se principalmente a olhar para os mercados de açúcar, café e laranja, entre outras culturas. Para atender o setor sucroalcooleiro, que se tornou aliado para a redução de gases do efeito estufa, existem ainda equipes de atendimento no Centro-Oeste e Nordeste.
Em 2021, no auge das aberturas de capital, o banco participou de algumas das mais importantes operações do setor. O Citi foi um dos coordenadores da oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) da Jalles, uma das principais produtoras de açúcar e etanol do Brasil, que levantou na ocasião R$ 741,5 milhões. Também em 2021, coordenou o IPO da 3tentos Agroindustrial, empresa que vende insumos agrícolas e transforma grãos de soja em farelo e biodiesel, numa operação que movimentou R$ 1,3 bilhão. No mesmo ano, o banco foi um dos coordenadores da oferta da Vittia, empresa de insumos de alta tecnologia para a agricultura, em um processo que arrecadou R$ 382 milhões.
Em maior ou menor grau, o etanol da Jalles, o biodiesel da 3tentos e os insumos biológicos da Vittia são exemplos concretos da vocação do agronegócio brasileiro para impulsionar projetos sustentáveis. Os exemplos “verdes” se sucedem. Em 2022, o Citi coordenou a emissão de US$ 300 milhões em bonds da Usina Coruripe, maior grupo sucroenergético do Nordeste. O futuro do agronegócio é sustentável. Isso é ótimo para o Citi, mas melhor ainda para o planeta.