Edição 30 - 27.06.22
O consumo de carne costuma depender de dois fatores: preço e aspectos culturais. Na Argentina, porém, a inflação bovina não tem sido suficiente para mudar as preferências da população. De acordo com uma pesquisa realizada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o país lidera com folga o ranking dos maiores consumidores de carne no mundo.
Acompanhe:
Os campeões das proteínas (quilos per capita ao ano)
1º Argentina – 36,9
2º Estados Unidos – 26,1
3º Brasil – 24,6
4º Israel – 23,3
5º Chile – 20,5
6º Cazaquistão – 19,9
7º Austrália – 19,2
8º Canadá – 17,4
9º Suíça – 14,4
10º Noruega – 13
O tamanho do rebanho
A Argentina tem mais cabeças de gado do que humanos. Seu rebanho formado por 54 milhões de animais é maior do que a população de 45 milhões de pessoas.
Preços em alta
Entre janeiro de 2021 e janeiro de 2022, o preço dos cortes bovinos disparou 55,5% no país, mas o consumo se manteve em patamares elevados.
Proibição de exportação
No ano passado, a Argentina adotou uma medida polêmica. Para supostamente domar preços, impôs limites e até proibiu a vendas de alguns cortes para o mercado internacional. A decisão revoltou produtores e aumentou as tensões entre o setor privado e o governo.
Valor cultural
A carne bovina faz parte da identidade nacional e tem valor social e cultural importante para o país. Reuniões entre amigos e encontros familiares são feitos em torno da boa e velha parrillada.
O que diferencia a parrillada do churrasco brasileiro
Na parrillada, os cortes fogem da tradição brasileira. É o caso do vacío, ancho, chorizo e bife de tira, pouco consumidos no Brasil. Os bifes são menores e mais finos, e o espeto está fora de cogitação. Aproveita-se tudo do animal, inclusive os miúdos. Sal, só o médio. Como resultado de todo esse capricho, as carnes são macias e suculentas.