Os encantos do Passo do Vinho

Há pouco mais de 30 anos, recantos enoturísticos hoje famosos da Serra Gaúcha, como o Vale dos Vi


13.04.19

Irineu Guarnier Filho é jornalista especializado em agronegócio, cobrindo este setor há três décadas. Metade deste período foi repórter especial, apresentador e colunista dos veículos do Grupo RBS, no Rio Grande do Sul. É Sommelier Internacional pela Fisar italiana, recebeu o Troféu Vitis, da Associação Brasileira de Enologia (ABE), atua como jurado em concursos internacionais de vinhos e edita o blog Cave Guarnier. Ocupa o cargo de Chefe de Gabinete na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, prestando consultoria sobre agronegócio

Há pouco mais de 30 anos, recantos enoturísticos hoje famosos da Serra Gaúcha, como o Vale dos Vinhedos, os Caminhos de Pedra ou a Estrada do Sabor, em Bento Gonçalves e Garibaldi, não passavam de humildes colônias agrícolas, habitadas por pequenos produtores de uva das grandes vinícolas da região.


De lá para cá, esses lugares tornaram-se destinos turísticos procurados por visitantes de todo o país, dotados de hotéis, restaurantes e vinícolas de classe internacional. Muito trabalho e altos investimentos – cem por cento privados, diga-se – transformaram a antiga colônia de imigrantes italianos em um polo de lazer e cultura enogastronômica comparável aos melhores da América do Sul e da Europa. A região recebe em média 1 milhão de turistas por ano. Mas, como qualquer ponto turístico consagrado, aquele pedaço da Serra Gaúcha já não oferece tantas novidades para visitantes frequentes, sempre em busca de novas atrações.


De olho neste público, municípios vizinhos estão se unindo para organizar roteiros enoturísticos alternativos. Uma desses novas rotas é o Passo do Vinho, criada há pouco por 16 empresas de Caxias do Sul, Flores da Cunha e Nova Pádua. Ainda em fase embrionária, o Passo do Vinho já conta com restaurantes, como o Belvedere Sonda, vinícolas, como Boscato, Monte Reale/Valdemiz , Casa Venturini e outras, pousadas, e até com um museu (São Braz).

Mas a principal atração é, sem dúvida, a esplêndida paisagem do Vale do Rio das Antas – que pode ser admirada de um platô a mais de 450 metros de altitude, em Nova Pádua. Outros estabelecimentos estão surgindo pela região. O objetivo, não escondem os integrantes do Passo do Vinho, é atrair para este triângulo verdejante da Serra parte dos turistas que visitam Bento Gonçalves, a menos de 50 quilômetros de distância, e até de Gramado, distante cerca de 100 quilômetros.


Para isso, uma associação foi criada. A marca Passo do Vinho já está devidamente registrada. Consultorias e agências de turismo estão sendo chamadas para contribuir com o desenho do projeto. E, em breve, grupos organizados de turistas deverão se incorporar à bucólica paisagem rural da região, dominada por extensões de vinhedos.

Para quem procura comida de verdade, a beleza tranquila de igrejinhas e casarões coloniais, vinhos retirados do sono profundo das caves de pedra, o murmúrio de córregos límpidos e a exuberância da mata nativa local, a Serra Gaúcha profunda do Passo do Vinho bem pode ser o seu próximo destino.

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