16.01.19
Depois de enviar vegetais e animais pela primeira vez ao lado mais escuro da lua, os chineses conseguiram outro feito inédito. Uma semente de algodão germinou e o experimento foi comemorado pela equipe de pesquisadores envolvida no lançamento da sonda Chang’e-4. Mas a empolgação não durou muito. Pouco depois da divulgação da notícia, a Xinhua, a agência estatal de notícias da China, anunciou que o teste havia chegado ao fim.
A pequena biosfera foi criada dentro de uma estrutura de alumínio, enviada junto com a sonda. Além do algodão, o mini ecossistema incluía ainda ovos de mosca-das-frutas (inicialmente haviam divulgado que eram ovos de bichos-da-seda), um pouco de fermento e sementes de colza e de batata, mas nenhuma delas germinou. Todas foram selecionadas pela habilidade de resistir a grandes variações de temperatura, forte radiação e baixa gravidade.
O professor Xie Gengxin, da Universidade de Chongqing, líder do grupo de pesquisa, afirmou à Xinhua que eles já esperavam que a biosfera não resistisse a sua primeira noite lunar, que começou no domingo (13), cuja duração é equivalente a duas semanas terrestres. Nesse período, a temperatura no satélite pode chegar a 150°C negativos, e a própria sonda fica inativa.
O envio da Chang’e-4 ao lado escuro da Lua faz parte do ambicioso programa espacial da China. O governo quer coletar informações importantes para o estabelecimento de uma futura base lugar, e dados sobre a possibilidade de astronautas cultivarem sua própria comida são extremamente valiosos. O experimento das sementes e ovos foi escolhido entre mais de 250 sugestões enviadas por jovens chineses, e o objetivo da campanha foi despertar nesse público o interesse pela exploração espacial.
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