Na corrida pela eficiência energética e pela redução de emissões de poluentes, a biociência tem se consolidado como uma aliada essencial na transformação sustentável de processos industriais. No setor de biocombustíveis, ela não apenas otimiza a produção, mas também viabiliza o desenvolvimento de soluções cada vez mais inteligentes. Isso permite que as plantas de etanol aumentem seus rendimentos, reduzam custos e minimizem o impacto ambiental – e tudo isso sem comprometer a eficiência ou a qualidade da produção.
Segundo Mário Cacho, diretor de Vendas América Latina de Grain Processing na IFF, o Brasil é um dos mercados estratégicos globais nesse campo devido ao seu potencial no segmento de biocombustíveis. “Atualmente, 20% do etanol produzido no Brasil vem de grãos, principalmente milho, e essa participação deve crescer nos próximos anos”, afirma.
O executivo lembra que a IFF investe desde 2011 no desenvolvimento de leveduras geneticamente modificadas (GMO, na sigla em inglês). Elas foram projetadas para otimizar a conversão de amido em etanol, aumentar a resistência a altas temperaturas e reduzir a produção de glicerol, um subproduto indesejado do processo fermentativo. “Quando comparamos nossas leveduras GMO com as convencionais, vemos um ganho de até 4,5% na produção de etanol”, diz Cacho.
Um dos grandes atributos da empresa é a plataforma SYNERXIA®, que permite aos seus clientes ter flexibilidade na produção de etanol. A plataforma foi desenvolvida para permitir a alternância entre diferentes tipos de leveduras ou suas combinações, dependendo das necessidades momentâneas da operação. Isso garante aos produtores a liberdade de escolher a levedura certa para o propósito certo, promovendo um maior controle sobre o processo produtivo e possibilitando o ajuste imediato a variáveis como temperatura, tipo de matéria-prima e condições de fermentação.
A inovação está no centro da estratégia da IFF. A empresa possui cinco laboratórios de pesquisa – dois nos Estados Unidos e outros localizados na Holanda, Dinamarca e China. No caso do Brasil, as demandas energéticas são uma prioridade. Para o mercado nacional, a empresa busca leveduras e enzimas que reduzam os custos de produção e aumentem os rendimentos sem a necessidade de grandes investimentos em infraestrutura.
O futuro do mercado de biocombustíveis é promissor. O Brasil já é o segundo maior produtor de etanol de milho no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, e possui uma capacidade crescente de produção, atualmente em 6 milhões de litros anuais. A expectativa é de que esse número ultrapasse 7,3 bilhões de litros em breve, impulsionado pela crescente demanda por combustíveis sustentáveis. Um dos diferenciais do Brasil é o blend de etanol na gasolina, atualmente em 27%, o maior índice do mundo. O programa “Combustível do Futuro” do governo federal prevê a elevação desse percentual para até 35%, o que abrirá ainda mais oportunidades para a IFF. “Continuaremos investindo para garantir que nossos clientes possam maximizar seus resultados de forma sustentável”, conclui Cacho.





