Agree acelera crédito rural com tecnologia e olhar personalizado 

Agfintech ultrapassa R$ 800 milhões transacionados e lança plataforma digital que promete reduzir burocracias e encurtar o caminho entre produtores e instituições financeiras 
Edição: 49
11 de agosto de 2025

No papel de executivas bancárias com mais de 15 anos de experiência no setor financeiro, Thays Moura e Rayssa de Melo viveram de perto as dificuldades enfrentadas por produtores rurais na hora de buscar recursos. Muitas vezes, o excesso de burocracia e a desconexão entre as informações que o banco solicitava e a realidade no campo representavam entraves insuperáveis para a efetivação do negócio. Foi a partir dessa vivência que elas decidiram criar em 2022, com investimento-anjo do fundo Bela Juju Ventures, a Agree, agfintech que nasceu justamente com a missão de conectar os agricultores às instituições que detêm os recursos capazes de impulsionar as atividades do agro. “Surgimos com o propósito de aproximar essas duas pontas”, diz Thays. “O nosso objetivo é facilitar o acesso ao crédito rural que o produtor precisa anualmente”, acrescenta Rayssa. 

A proposta inovadora da Agree rendeu frutos. Nos primeiros dois anos de atividade, a empresa atingiu a marca de R$ 800 milhões transacionados, tendo um aumento de 150% no ano de 2024 em relação ao desempenho do ano anterior. Os recursos liberados passaram por mais de 15 instituições financeiras ?– e significaram, ressalte-se, empréstimo liberado na conta do produtor. Chama a atenção também o fato de a empresa ter alcançado a marca mesmo em um cenário agrícola desafiador, de margens apertadas, juros elevados e aumento do número de recuperações judiciais no agro. 

As sementes plantadas ao longo da trajetória da Agree levam agora ao próximo passo da empresa: o lançamento de uma plataforma digital própria voltada para simplificar e acelerar ainda mais as operações realizadas entre produtores e instituições financeiras. Entre outros atributos, a ferramenta oferece agilidade no envio de informações para os bancos. 

Trata-se, de fato, de uma transformação na gestão do crédito rural. “O nosso compromisso é buscar a redução das? tarefas manuais repetitivas que os agricultores têm ao enviar informações para cada banco, reduzindo erros com possíveis falhas humanas”, diz Thays. Além disso, conforme aponta Rayssa, a plataforma utiliza inteligência artificial para cruzar dados e elaborar uma análise de risco personalizada. 

No caso da Agree, a tecnologia também se traduz em ganho real de eficiência. Com a nova plataforma, o tempo médio da entrega dos documentos, elaboração e análise do cadastro do produtor rural, que antes podia levar até 10 dias, a depender da complexidade e tamanho do cliente, caiu para poucas horas. A agilidade não compromete a qualidade da análise. Pelo contrário: a ferramenta entrega aos parceiros financeiros informações mais estruturadas, completas e aderentes ao perfil de risco exigido por cada instituição.?? 

Apesar do avanço tecnológico que a plataforma traz, a Agree não abre mão do fator humano. “O agro ainda valoriza muito o relacionamento pessoal”, diz Thays. “Não adianta colocar uma plataforma no ar e não dar a atenção e? a proximidade que o produtor precisa”, acrescenta Rayssa. A equipe comercial da Agree, composta também por pessoas formadas no mercado financeiro, continua visitando lavouras, validando dados e acompanhando o cliente ao longo do ano todo. “Esse cuidado é parte do nosso DNA”, diz Thays. 

A empresa mira, ainda, duas novas frentes de crescimento: a expansão territorial – com a expectativa de atuar em novas regiões à medida que o uso da ferramenta ganhe escala – e o lançamento de um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) próprio. A ideia é usar o fundo para assegurar maior agilidade nas transações. Quando um banco demorar na liberação do recurso, a operação poderá ser antecipada com recursos do FIDC e, depois, liquidada com o banco original. “Nosso compromisso é evoluir continuamente para facilitar o acesso ao crédito no campo, com tecnologia e foco nas necessidades dos produtores e parceiros”, conclui Rayssa.? 

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