#oagronuncapara – Há algo capaz de parar o agro?

Por Jeffrey Abrahams, sócio-gerente da Fesa Group, consultoria especializada em gestão de talentos


Edição 20 - 26.05.20

Por Jeffrey Abrahams, sócio-gerente da Fesa Group, consultoria especializada em gestão de talentos e desenvolvimento organizacional

O agro está acostumado com as pragas e todo ano ele é atacado. De acordo com especialistas, cerca de 45% da área plantada em todo o País sofre com espécies de insetos, ervas daninhas, fungos e viroses que prejudicam o desenvolver das lavouras. Por séculos os agricultores enfrentam pragas.

Hoje, temas como aquecimento global, rastreabilidade e segurança alimentar são discutidos no agronegócio. O setor busca sempre estar preparado e um passo à frente para possíveis ameaças. Nosso papel na Fesa Group é de ajudar a cadeia de valor do agro com a busca de talentos capazes de contribuir para o crescimento da área. Diante de temas como esses citados, cada vez mais as demandas e as exigências de conhecimento aumentam.

Com esse choque atual, fazemos sacrifícios e, em meio ao lockdown global, será que isso será capaz de parar o agro?

Menos automóveis circulando deixarão estoques enormes de etanol no mercado. Grandes empresas utilizam a quebra de contratos utilizando a cláusula de “força maior”. Adquiriremos menos roupas, e isso pode afetar a cultura de algodão por produtos mais sintéticos causados pela queda de preço do petróleo. Menos entretenimento com os estabelecimentos fechados pode afetar o consumo de cerveja, o que reflete em menos uso de cevada. A demanda de soja deverá continuar forte pela demanda da China, apesar dos efeitos do coronavírus.

Contudo, o mundo continuará comendo em casa neste momento. Todos estão buscando alternativas para continuar com as atividades e não permitir que tudo pare de vez. O choque do coronavírus afetará o pequeno agricultor de plantas, verduras e frutas, que, se não tiver um capital de giro, corre risco de quebrar se não houver apoio das empresas e governos.

Em uma situação como essa, um profissional preparado é crucial. Um setor como o agro, de cara, irá exigir profissionais mais criativos para minimizarem perdas. Os profissionais de finanças e gestão do risco serão mais demandados. Também haverá pressão nos profissionais de marketing e vendas para encontrarem inovação. Demandando a criação de valor na cadeia do agronegócio que vai até as gôndolas dos supermercados.

Os fundos estão ativamente comprando revendas de insumos agrícolas enxergando a consolidação do setor e estas, por consequência, terão que integrar empresas de culturas diferentes. Deste modo, serão exigidos profissionais de RH com competências de integração e desenvolvimento de programas para uma nova cultura.

Como as plantações são fábricas naturais a céu aberto, o agricultor não consegue controlar o clima e nem o preço. Neste caso, há um esforço maior em controlar custos e, por isso, aumenta a exigência por profissionais mais dinâmicos e digitalizados, com capacidade analítica acima da média para interpretar o data analytics e, assim, tomar decisões mais precisas em busca da constante produtividade.

Agora, com o mundo em turbulência, o mercado do agronegócio exige profissionais que consigam encontrar alternativas em meio a situações de crise, não importa qual. Profissionais capazes de liderar com inspiração e propósito para poderem atravessar esse momento, encontrarem uma saída e não permitirem que qualquer ameaça pare o agro. Foco, resiliência, agilidade e determinação são características vitais.

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