Agrotrends: Agricultura regenerativa

Por André Sollitto Agricultura regenerativa não é um conceito novo. O termo é usado para prátic


Edição 18 - 02.03.20

Por André Sollitto

Agricultura regenerativa não é um conceito novo. O termo é usado para práticas sustentáveis adotadas por produtores para recuperar e melhorar a qualidade do solo e contribuir para o sequestro de carbono há vários anos, mas 2019 foi o ano em que essas práticas passaram a ser adotadas em larga escala e vistas também por grandes grupos como uma das principais tendências de manejo agropecuário para os próximos anos.

O lançamento de iniciativas importantes, apoiadas por alguns dos principais players do setor, reforçam essa percepção. A agtech americana Indigo, a mais valiosa e disruptiva do momento, está promovendo o Terraton Challenge, cujo objetivo é sequestrar 1 trilhão de toneladas de carbono por meio de práticas de agricultura regenerativa. A Danone, em parceria com a Yara, Corteva e outros, lançou um programa com foco na pecuária de leite, que associa técnicas de manejo tradicionais, como a rotação de pastagens, a novas tecnologias. Outras empresas, como General Mills e Anheuser Busch, também se manifestaram sobre o tema.

Os investidores, da mesma forma, estão atentos a essas práticas sustentáveis. Em julho, o relatório Soil Wealth analisou os investimentos feitos em projetos relacionados à agricultura regenerativa e os números são bastante altos: de acordo com o site AgFunder News, foram 70 negociações que somam US$ 47,5 bilhões apenas nos Estados Unidos.

Os benefícios da adoção de processos mais sustentáveis são inúmeros. Os cuidados com o solo melhoram a performance das lavouras, e o sequestro de carbono, por exemplo, ajuda na preservação do nosso planeta, algo que não beneficia apenas um ou outro produtor. Nos próximos anos, veremos mais iniciativas como essas que surgiram em 2019, e os efeitos serão vistos por todos.

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TAGS: Anheuser Busch, Corteva, Danone, General Mills, Indigo, Soil Wealth, Terraton Challenge