Corrida pelo ouro branco

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a safra brasileira de algod


19.07.19

Marco Lorenzzo Cunali Ripoli, Ph.D., é Engenheiro Agrônomo e Mestre em Máquinas Agrícolas pela ESALQ-USP e Doutor em Energia na Agricultura pela UNESP, executivo, disruptor, multiempreendedor, inovador e mentor. Proprietário da BIOENERGY Consultoria e investidor em empresas.  Acesse www.marcoripoli.com

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a safra brasileira de algodão em 2019 será de 5,6 milhões de toneladas, entre pluma e caroço, 13% maior do que o ano passado, configurando uma produção recorde. Para a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) este número chega a 6 milhões de toneladas.

O Brasil por vários anos se posiciona entre os cinco maiores produtores mundiais de algodão, junto com a China, Índia, EUA e Paquistão.  Além de ter o recorde mundial de produtividade em sequeiro, o país é também um dos principais exportadores de pluma, com uma previsão de 1,5 milhão de toneladas, 60% superior a quantidade embarcada na safra passada.  Somado a isso, o atual cenário interno é positivo e somos um dos maiores consumidores de algodão em pluma do mundo.

O algodão é uma das mais importantes culturas de fibras do mundo, com uma área plantada de 35 milhões de hectares, em mais de 60 países de todos dos continentes.

O estado do Mato Grosso merecidamente é o maior produtor nacional, com estimativa de colheita superior a 3,7 milhões de toneladas de algodão este ano, representando quase 70% de toda a produção nacional. A Bahia aparece como segundo estado produtor com produção estimada de 1,5 milhão toneladas.

Graças ao comprometimento dos cotonicultores, o uso de tecnologias de ponta, máquinas agrícolas de última geração, insumos, conectividade rural, variedades e manejo adequado do solo, observamos um crescimento da produção da fibra e a crescente consolidação do segmento de sementes de algodão.

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A cultura apresenta boa rentabilidade e vem ganhando o interesse dos cotonicultores, mesmo com o elevado custo, o algodão apresenta um retorno de 38,7% sobre o investimento no plantio, segundo a CONAB. Esta rentabilidade ainda pode refletir na substituição de áreas de milho safrinha (segunda safra) por algodão de segunda safra em algumas regiões produtoras.

Mundialmente a demanda vem aumentado 2% ao ano desde a década de 1950, sendo que este mercado movimenta US$ 12 bilhões por Ano e emprega mais de 350 milhões de pessoas desde as fazendas até a logística, usinas de descaroçamento, processamento e embalagem. A alta da demanda internacional também alimenta o interesse dos produtores brasileiros na cultura.

Durante o início de julho tive a oportunidade de rodar o estado do Mato Grosso por duas semanas a convite do Rafael Ortolan, CEO da Brazilian Trade Ltda., empresa que há 21 anos se dedica no mercado internacional para a cotonicultura brasileira.  Passamos por Cuiabá, Campo Verde, Primavera do Leste, Rondonópolis, Lucas do Rio Verde e sorriso, nos reunindo com as importantes empresas produtoras, fiações, fazendas, algodoeiras e associações para tratarmos da situação atual da cotonicultura e, mais importante, das oportunidades que podemos desenvolver neste mercado.

Algodão… “ouro branco” do mundo!

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