25.05.18
O Brasil é o maior produtor mundial de cana-de-açúcar, açúcar, café, suco de laranja e celulose (fibra curta) e segundo maior em soja, etanol e carne bovina. Em vista desse panorama existe um grande desafio, o de elevar a produção mediante ao crescimento populacional, considerando a carência de terras produtivas para plantio. A ONU aponta uma projeção mundial que já passa de 9.6 bilhões de pessoas em 2050.
Nas últimas cinco décadas, a mecanização foi um dos importantes drivers que contribuíram com o aumento da capacidade de colheita nas lavouras de todo o mundo. Por exemplo, mais de 90% da área de cana plantada em São Paulo é colhida mecanicamente e acima de 80% desta área, plantada mecanicamente. A mecanização incorpora facilidade, segurança e agilidade ao campo, gerando o aumento de lucratividade das operações. Mas não apenas um bom maquinário é suficiente. Muitas das propriedades rurais ainda sofrem com a má gestão, devido ao despreparo e a ineficácia dos processos. Todo o potencial humano e tecnológico ainda precisa ser melhor aproveitado.
Se entende por “Gestão” a correta atribuição da mão-de-obra, materiais e recursos, com o objetivo de promover resultados satisfatórios. É buscar alcançar rendimentos eficazes, determinados previamente, lidar e prevenir possíveis desvios, motivar e treinar equipes para atuações necessárias e padronizar atividades. A evolução tecnológica é um caminho sem volta, fazendo com que o produtor se adeque e para não perder oportunidades.
O receio do uso da tecnologia é a primeira delas que, à primeira vista, parece ser de difícil domínio ao Agricultor. Isso não passa de um mito. Já existem ferramentas simples, de fácil compreensão para uso do produtor rural.
O Agronegócio segue rumo à sincronização tecnológica, aumentando a capacidade produtiva sem a necessidade de expansão de terras. A indústria vem trazendo soluções integradas, com equipamentos aperfeiçoados e serviços que juntos otimizam o trabalho e promovem suporte a tomada de decisões.
A disparada do dólar, por sua vez, traz uma conjuntura ambígua ao setor. De um lado, safras e exportações que se beneficiam com o dólar alto, o que é bom para o Agronegócio. No setor sucro-alcooleiro, os preços do açúcar e etanol também sobem devido à moeda. Contudo, do outro lado, os insumos se tornam mais caros diante da inflação elevada.
O produtor rural deve continuar a agir com cautela e investir para se destacar no cenário a fim de manter e, quem sabe, elevar seu nível de produção. A aposta em pesquisa e tecnologia é clara como meios que têm o potencial de amenizar os impactos climatológicos e aperfeiçoar a produção perante a alta do dólar.
Não pode ser deixado de lado o lado humano quando se fala e revolução tecnológica. A qualificação profissional para atuar com soja, milho, algodão, cana-de-açúcar etc. faz diferença. As pessoas ainda são parte integrante do processo agropecuário e isso não vai mudar. Devemos buscar formas cada vez mais eficientes de capacitar a mão-de-obra. Quando somamos a qualificação com a tecnologia damos ferramentas para o produtor rural enfrentar o atual panorama mundial.
Aplicações tecnológicas promovem resultados que ultrapassam a produtividade e beneficiam a natureza. Fruto disso é a Agricultura de Precisão, um sistema comprovado de retorno financeiro que, por exemplo, ajuda a economizar combustível, insumos e aumento da produtividade.
Existem desafios para o setor agropecuário brasileiro, e por mais difíceis que sejam, caberá ao empreendedor do campo sempre estar atualizado quanto às inovações tecnológicas e buscar de caminhos que unam a tecnologia e gestão.
TAGS: Marco Ripoli, Mecanização