Árvores que viram Tecidos

A indústria da moda vive sob pressão. Ambientalistas questionam, por exemplo, o uso de materiais s


Edição 24 - 16.04.21

Registro fotográfico dos fios de fibras transformados em tecido que vem das árvores.
Foto – Fibras em Tecidos.

A indústria da moda vive sob pressão. Ambientalistas questionam, por exemplo, o uso de materiais sintéticos, derivados de petróleo, que representam hoje 70% das 100 milhões de toneladas de fibras têxteis utilizadas anualmente. As fibras de algodão são naturais, mas consomem grandes quantidades de água e químicos na sua produção, o que também desagrada um grupo de consumidores. Buscar alternativas, assim, pode ser um bom negócio e uma startup da Finlândia parece estar próxima de ter sucesso nisso. A empresa chama-se Spinnova e desenvolveu um processo inédito e sustentável para produzir fibras a partir de celulose.

Não se trata de um material inovador para a indústria têxtil, que usa celulose como matéria prima para a produção de fibras viscose, donas 7% do mercado. O inovador, no caso da Spinnova, é o processo. O da produção de viscose exige o uso de solventes químicos. A startup finlandesa desenvolveu um processo mecânico para chegar a um material conhecido como MFC, sigla em inglês para celulose microfibrilada, em que a reduz a dimensões nanométricas. É esse material, semelhante ao utilizado por aranhas na confecção de suas teias, que compõe as fibras. A tecnologia começou a ser pesquisada há uma década e está pronta para ser testada em escala. Uma unidade industrial, que exigirá investimento de US$ 22 milhões, deve começar a funcionar em 2022 e tem como sócia a brasileira Suzano, uma das maiores fabricantes de celulose do mundo, que é dona de 23% da Spinnova. “Tem muito desafio pela frente, mas queremos ter grandes linhas de produção, eventualmente até plantas de fibra têxtil acopladas a nossas plantas de celulose no Brasil”, disse o diretor de novos negócios da Suzano, Vinícius Nonino, ao site Capital Reset. A Suzano pesquisa o uso da MFC em áreas como papéis, tintas, resinas e até em cosméticos. Mas é nos tecidos que surgiram as primeiras expectativas mais promissoras.

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