Como a covid-19 está impactando a produção de carne

A cadeia de produção de alimentos tem se mantido ativa durante a pandemia provocada pela covid-19,


14.04.20

A cadeia de produção de alimentos tem se mantido ativa durante a pandemia provocada pela covid-19, garantindo o fornecimento de comida para a população. Mas o setor tem sofrido com o novo coronavírus, e a produção de carne será uma das mais afetadas. 

A contaminação nesse ambiente é mais séria porque os trabalhadores passam os dias em grande proximidade, cortando a carne com os ombros quase colados uns nos outros. Inicialmente, as empresas ofereceram incentivos financeiros para que os trabalhadores continuassem ativos. Mas o aumento nas confirmações de doença está forçando as fábricas a fechar. 

O caso mais grave até agora aconteceu em um abatedouro da Smithfield Foods em Sioux Falls, Dakota do Sul, onde 293 funcionários foram contaminados pelo novo coronavírus. O número representa cerca de 50% do total de casos registrados no Estado. A fábrica tem 3.700 empregados e produz 130 milhões de porções de carne por semana. Ela foi fechada por tempo indeterminado, e a decisão pode afetar o fornecimento de carne suína, já que ela responde por 5% do total produzido nos Estados Unidos.

Outros casos estão se espalhando pelos EUA. A JBS USA também fechou temporariamente seu abatedouro em Greeley, no Colorado, sede da empresa no País. Pelo menos um funcionário da fábrica morreu. O número de confirmados não foi confirmado, mas tanto o presidente Donald Trump quanto o vice-presidente, Mike Pence, comentaram sobre o fechamento do abatedouro no Estado. De acordo com Pence, pelo menos 300 trabalhadores foram afetados, mas não especificou se eles estão mesmo com a covid-19 ou se estão na lista de casos suspeitos. A empresa também fechou outra unidade na Pensilvânia.

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A Cargill e a Tyson Foods também foram afetadas. Pelo menos 160 funcionários foram contaminados em uma unidade da Cargill na Pensilvânia. Três trabalhadores da Tyson em um abatedouro de aves na Geórgia morreram na última semana.

Aqui no Brasil a JBS divulgou um comunicado dizendo que adotou uma série de medidas de prevenção em todas as suas unidades, como o afastamento de funcionários de grupos de risco, intensificação da higienização em áreas comuns e nos ônibus usados pela empresa, regras de distanciamento e controle de temperatura no início dos turnos, entre outras. 

A contaminação mostra como em atividades consideradas essenciais, como é o caso da produção de alimentos, as medidas de precaução são fundamentais. Neste primeiro momento, o abastecimento não deve sofrer grandes alterações. Segundo analistas ouvidos pelo jornal americano The New York Times, por enquanto os consumidores poderão, no máximo, ter dificuldade em encontrar alguns itens nos supermercados. Mas se a situação continuar se agravando os abatedouros podem ter dificuldades em repor funcionários que não se sintam seguros para voltar ao trabalho. Garantir que todos os procedimentos capazes de impedir a propagação da doença sejam colocados em prática é imprescindível para proteger os trabalhadores e manter a produção de alimentos.

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