Uma realidade chamada drones

Há pouco mais de um ano, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), finalmente atendia o anseio


20.06.18

Com 13 anos de experiência no mercado aeronáutico, o paranaense Tiago Dupim atuou como repórter, editor-executivo e editor-chefe de algumas revistas do setor. Atualmente, comanda a B2B Comunicação. Morou duas décadas em São Paulo e está há dois anos no Rio de Janeiro. Nas horas vagas (que são muito poucas) gosta de ouvir um bom rock’n roll, beber um bom vinho ou cerveja e acompanhar, mesmo que a distância, o Clube Atlético Paranaense, seu time de coração.

Há pouco mais de um ano, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), finalmente atendia o anseio do fabricantes e operadores de aeronaves e publicava o Regulamento Brasileiro de Aviação Civil Especial (RBAC) nº 94, que regulamentava as operações do RPA (Remotely Piloted Aircraft), o popular drone, no Brasil. E já era tempo, pois os populares “zangões” há tempos são uma realidade nos Estados Unidos e na Europa.

De acordo com dados da Anac, em julho de 2017 havia 13.256 aparelhos registrados por aqui. Em quase um ano, este número mais que triplicou, chegando este mês a 43.875. Esse crescimento exponencial é o mesmo quando analisamos o número dos aparelhos para fins profissionais: saltou de 5.735 para 15.770.

Em muitas áreas, os “zangões” estão atuando como um complemento ou até mesmo uma alternativa às operações de aeronaves tripuladas. Talvez a área de interesse geral mais beneficiada seja o setor de segurança pública, tão importante no Brasil, ainda mais em tempos de crise. Eles têm ajudado a identificar e prender criminosos em todo País. No entanto, como nada é perfeito, os drones também são utilizados para atividades ilícitas, como o tráfico de drogas.

Se existe um segmento em que os drones têm trazido apenas benefícios é o agronegócio, funcionando como apoio a diversas atividades dentro da fazenda. Atuando no mapeamento aéreo da lavoura, eles permitem o monitoramento contínuo de uma cultura, desde o plantio até a colheita. Com isso, os agricultores ganham em agilidade, pois podem rapidamente responder às ameaças, como insetos, fungos e ervas daninhas. Todas as informações são transformadas em dados que, corretamente analisados, trazem informações importantes que ajudam a manter a saúde da lavoura.

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Ainda no agro, outro apoio importante tem sido nas operações aéreas. Atualmente, o Brasil tem a segunda maior frota de aviação agrícola do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. O setor dispõe de excelentes aeronaves operando por aqui, como o brasileiro Ipanema, fabricado pela Embraer, e o os modelos da norte-americana Thrush Aircraft. No entanto, elas não conseguem atingir áreas de difícil acesso. É aí que entram os drones de pulverização, que completam as operações.

O tema está tão em evidência que, durante o próximo Congresso de Aviação Agrícola organizado pelo Sindag (Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola), no dia 6 de agosto em Iguaraçu, no Paraná, haverá uma demonstração prática de drones para o setor.

Para a agricultura de precisão, hoje é quase impossível pensar em inovação sem o uso dos esses aparelhos e a expectativa é de que o uso dos drones agrícolas cresça significativamente nos próximos anos. Eles têm um potencial imenso de substituir, por exemplo, a aplicação humana de produtos fitossanitários, minimizando a exposição dos agricultores.

O agronegócio, como um todo, agradece.

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