Na pista dos turbo-hélices

Na hora de adquirir uma aeronave, é extremamente importante saber para qual missão ela designada.


22.05.18

Com 13 anos de experiência no mercado aeronáutico, o paranaense Tiago Dupim atuou como repórter, editor-executivo e editor-chefe de algumas revistas do setor. Atualmente, comanda a B2B Comunicação. Morou duas décadas em São Paulo e está há dois anos no Rio de Janeiro. Nas horas vagas (que são muito poucas) gosta de ouvir um bom rock’n roll, beber um bom vinho ou cerveja e acompanhar, mesmo que a distância, o Clube Atlético Paranaense, seu time de coração.

Na hora de adquirir uma aeronave, é extremamente importante saber para qual missão ela designada. Até mesmo dentro de um nicho mais específico, como o agribusiness, existem vários tipos de transportes e viagens que requerem aeronaves diferentes.

Atualmente, não faltam opções no mercado. Monomotores e bimotores (sejam a pistão ou turbo-hélice) ou até mesmo jatos para viagens até os aeroportos principais. Muitos empresários acabam poupando tempo com a sua própria aeronave. As viagens por terra muitas vezes se tornam inviáveis. Além disso, as conexões e atrasos nos grandes aeroportos podem levar a perda de algumas horas consideráveis no dia a dia. E quem pode não está disposto a jogar o tempo pela janela.

A Gama – General Aviation Manufacturers Association (Associação dos Fabricantes da Aviação Geral, em português) divulgou recentemente os resultados referentes às entregas de aeronaves no primeiro trimestre deste ano. No segmento de aviões, o grande destaque ficou por conta dos turbo-hélices, cujas entregas cresceram 12,7% em comparação aos três primeiros meses do ano passado, bem à frente dos demais tipos.

Atualmente, pelo menos aqui no Brasil, o agribusiness é o principal cliente dos aviões turbo-hélice. Essas aeronaves são empregadas em diversos ramos dessa indústria, como frigoríficos, usinas de açúcar e álcool, produtores de soja, milho, algodão, criadores de gado entre outros. O bimotor turbo-hélice de pequeno porte mais popular voando por aqui é o King Air, fabricado pela Beechcraft, mundialmente reconhecido pela sua flexibilidade e capacidade de operar em pistas não preparadas. Hoje, são mais de 600 unidades operando no Brasil — e estima-se que pelo menos a metade serve ao agronegócio. O modelo Beechcraft King Air 250, por exemplo, pode decolar com apenas 643 metros de pista e levar até oito passageiros (além do piloto). O preço? US$ 5,9 milhões.

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Mas o Rei dos Ares não está sozinho nesse setor. Destacam-se também o monomotor francês Daher-Socata TBM 900, que impressiona pela velocidade semelhante a de um jato mais lento (910 km/h). Ele custa US$ 3,8 milhões. Além dele, o também monomotor Pilatus PC-12 conta com um alto desempenho e pode levar até 9 passageiros. Sai por US$ 4,6 milhões.

É claro que não vamos esquecer do bem-sucedido Cessna Grand Caravan EX, versão top de linha do já consagrado Caravan. É um dos mais famosos turbo-hélices da Cessna, com mais de 15 milhões de horas voadas e mais de 2.500 unidades vendidas no mundo todo. Carrega nove passageiros (mais o piloto), pousa e decola em incríveis 426 m e custa US$ 2,25 milhões.

 

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