Tecnologia pode ajudar a duplicar área irrigada no País

Aumentar a área irrigada é um dos desafios da agricultura brasileira para enfrentar um cenário de


24.04.18

Ourofino Ideas: Reimaginando a Agricultura Brasileira

Aumentar a área irrigada é um dos desafios da agricultura brasileira para enfrentar um cenário de instabilidade climática, com irregularidade nos regimes pluviométricos, nos próximos anos. Lançado em 2016 pelo Ministério da Agricultura, o Plano para a Expansão, Aprimoramento e Desenvolvimento Sustentável da Agricultura Irrigada no Brasil, anunciado em maio de 2016 pelo Ministério da Agricultura, propõe, em uma década, praticamente dobrar a extensão de lavouras com irrigação, saltando de 6,2 milhões para 11,2 milhões de hectares.

Não basta, porém, fazer a água chegar às propriedades. É preciso usá-la com racionalidade e de forma sustentável, evitando desperdício de um dos insumos mais importantes para a produção de alimentos. Grande aliada dos agricultores, nesse sentido, será a tecnologia, com o auxílio de sensores e sistemas que automatizam a irrigação. O terreno é fértil para o desenvolvimento de novas soluções – e algumas das mais promissoras já são sendo testadas no Brasil.

Uma delas atende pelo brasileiríssimo nome Saci, sigla para Sistema Automático de Controle de Irrigação. Foi desenvolvida em parceria pela Embrapa e a Tecnicer, empresa de tecnologia cerâmica sediada em São Carlos (SP). A base de todo o sistema, que promete reduzir em até 50% o consumo de água e energia na irrigação, está no Igsat, um sensor de alta precisão para medição da umidade do solo. Feito de material poroso, ele identifica pequenas variações no ressecamento do solo e, a partir delas, aciona automaticamente os sistemas de irrigação, fornecendo apenas a quantidade de água necessária para as plantas cultivadas em cada área.

Finalista da seleção Inovação para a Indústria do Senai (que destinou R$ 400 mil para investimento no sistema) em 2017 e patenteada no Brasil e nos Estados Unidos, a nova tecnologia passa agora por uma nova fase de desenvolvimento, com o auxílio da USP e da Embrapa Instrumentação. O foco agora é tronar suas interfaces mais amigáveis, simplificando o seu uso em diferentes culturas.

Essa nova etapa deve demandar dois anos e envolverá especialistas em várias áreas tecnológicas, seja em software ou em hardware. Um dos maiores desafios é a automação da comunicação, sem fio, dos sensores com os outros componentes do sistema. Os primeiros testes serão realizados em ambientes protegidos, mas com culturas e substratos diversos. A Embrapa Instrumentação fará a avaliação da eficiência do sistema.

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